Túnel do Tempo

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

                   = POESIA =

            QUIXERAMOBIM

Nasci de uma fazenda 
Santo Antonio do Boqueirão, 
de Antonio Dias Ferreira 
que no centro do sertão, 
erigiu uma capela e hoje, 
esta cidade bela 
é importante na Nação.

Sempre fui abençoada 
com vasto e fértil sertão. 
Tenho clima favorável 
pra cultura do algodão, 
sou mãe de família nobre, 
preta, branca, rica, pobre, 
sem a menor distinção.

Sou terra de Santo Antonio, 
sou próspera, rica, fiel, 
criei centenas de escravos, 
capachos de coronel, 
prosperei, criei fronteiras, 
saí de uma algibeira, 
hoje, limito-me ao Céu.

Exporto as mentes sadias 
dos filhos que eu gerei, 
exporto a nobre cultura 
que sempre aqui semeei. 
Exporto a paz e a verdade, 
exporto a serenidade, 
o amor proliferei.

Sou a Quixeramobim, 
terra do bravo vaqueiro, 
do curral cheio de gado, 
do belo e gordo carneiro, 
de Santo Antonio de Pádua, 
guardião e padroeiro, 
do agricultor suado 
que trabalha o ano inteiro, 
da próspera e bela fazenda, 
do opulento fazendeiro, 
do bancário, do doutor, 
do poeta violeiro, 
do vendedor de café, 
do lojista, do padeiro, 
do contador de história, 
do pinguço cachaceiro, 
sou esta bela cidade, 
no âmago, guardo a verdade 
e possuo um povo ordeiro.

Sou a Quixeramobim 
do sucesso e do fracasso, 
da opulência do inverno, 
do tempo seco e escasso, 
sou a cidade menina 
feita com amor e mimo 
da liga dura do aço, 
do coração da mocinha 
que sonha com um enlaço, 
do ancião amparado, 
do jovem sem embaraço. 
do gado que em plena seca 
come resíduo e melaço. 
Minhas terras divididas, 
a cada um, um pedaço. 
Estou sempre ao teu dispor, 
nunca demonstro cansaço, 
se estás desamparado, 
meigamente eu te abraço, 
te protejo como posso, 
dize o que queres, pois faço!
                                            alkasar@ig.com.br


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