Túnel do Tempo

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

CARTA DE ADRIANA VALDONI CURVO é professora de economia, consultora, especialista em Administração Pública pela FGV/RJ.
PRESIDENTE, VÁ SE FODER!
Não sei se é desespero ou ignorância. Pode ser pelo convívio com as más companhias, mas eu, com todo o respeito que a “Instituição” Presidente da República merece, digo ao senhor Luis Inácio que vá se foder.
Quem é ele para dizer, pela segunda vez, que tem mais moral e ética “que qualquer um aqui neste país”? Tomou algumas doses a mais do que o habitual, presidente?
Esta semana eu conheci Seu Genésio, funcionário de um órgão público que tem infinitamente mais moral que o senhor, Luis Inácio.
Assim como o senhor, Seu Genésio é de origem humilde, só estudou o primeiro grau e sua esposa foi babá. Uma biografia muito parecida com a sua, com uma diferença, a integridade. Ao terminar um trabalho que lhe encomendei, perguntei a ele quanto eu o devia.
Ele olhou nos meus olhos e disse: – Olha doutora, esse é o meu trabalho. Eu ganho para fazer isso. Se eu cobrar alguma coisa da senhora eu vou estar subornando. Vou sentir como se estivesse recebendo o mensalão.
Está vendo senhor presidente, isso é integridade, moral, ética, princípios coesos. Não admito que o senhor desmereça o povo humilde e trabalhador com seu discurso ébrio.
Seu Genésio, com a mesma dificuldade da maioria do povo brasileiro, criou seus filhos. E aposto que ele acharia estranho se um dos quatro passassem a ostentar um patrimônio exorbitante, porque apesar tê-los feito estudar, ele tem consciência das dificuldades de se vencer. No entanto, Lula, seu filho recebeu mais de US$ 2.000.000,00 (dois milhões de dólares) de uma empresa de telefonia, a Telemar. E isso, apenas por ser seu filho, presidente! Apenas por isso e o senhor achou normal. Não é corrupção passiva? Isso é corrupção Luis Inácio! Não é ético nem moral! É imoral!
E o senhor acha isso normal? Presidente, sempre procurei criar os meus filhos dentro dos mesmos princípios éticos e morais com que fui criada. Sempre procurei passar para eles o sentido de cidadania e de respeito aos outros. Não posso admitir que o senhor, que deveria ser o exemplo de tudo isso por ser o representante máximo do Brasil, venha deturpar a educação que dou a eles. Como posso olhar nos olhos dos meus filhos e garantir que o trabalho compensa, que a vida íntegra é o caminho certo, cobrar o respeito às instituições, quando o Presidente da República está se embriagando da corrupção do seu governo e acha isso normal, ético e moral?
Desafio o senhor a provar que tem mais moral e ética que eu!
Quem sabe “vossa excelência” tenha perdido a noção do que seja ética e moralidade ao conviver com indivíduos inescrupulosos, como o gangster José Dirceu (seu ex-capitão), e outros companheiros de partido, não menos gangsteres, como Delúbio, Sílvio Pereira, Genoíno, entre outros.
Lula, eu acredito que o senhor não saiba nem o que seja honestidade, uma prova disso foi o episódio da carteira achada no aeroporto de Brasília. Alguém se lembra? Era início de 2004, Waldomiro Diniz estava em todas as manchetes de jornal quando Francisco Basílio Cavalcante, um faxineiro do aeroporto de Brasília, encontrou uma carteira contendo US$ 10 mil e devolveu ao dono, um turista suíço. Basílio foi recebido por esse senhor aí, que se tornou presidente da república. Na ocasião, Lula disse em rede nacional, que se alguém achasse uma carteira com dinheiro e ficasse com ela, não seria ato de desonestidade, afinal de contas, o dinheiro não tinha dono. Essa é a máxima de Lula: achado não é roubado.
O turista suíço quis recompensar o Seu Basílio lhe pagando uma dívida de energia elétrica de míseros 28 reais, mas as regras da Infraero, onde ele trabalha, não permitem que funcionários recebam presentes. E olha que a recompensa não chegava nem perto do valor da Land Rover que seu amigo ganhou de um outro “amigo”.
Basílio e Genésio são a cara do povo brasileiro. A cara que Lula tentou forjar que era possuidor, mas não é. Na verdade Lula tinha essa máscara, mas ela caiu. Não podemos suportar ver essa farsa de homem tripudiar em cima na pureza do nosso povo. Lula não é a cara do brasileiro honesto, trabalhador e sofrido que representa a maioria. Um homem que para levar vantagem aceita se aliar a qualquer um e é benevolente com os que cometem crimes para benefício dele ou de seu grupo e ainda acha tudo normal! Tenha paciência! “Fernandinho Beira-Mar”, guardando as devidas proporções, também acha seus crimes normais.
Considerar uma “infelicidade” o gestual grosseiro e incompreensível do seu assessor Marco Aurélio Garcia comemorando a possível “falha mecânica” no Airbus da TAM equivale a dizer que o poder não conheça a ética, nem a moral.
Não tê-lo demitido imediatamente significa endossar o gesto, acrescentando outro tão grosseiro às famílias dos falecidos no trágico acidente e ao povo brasileiro indignado com a atitude do sr. Garcia: uma banana!
Faltou-lhe até sinceridade nas palavras comovidas, pois não havia comoção em seu coração diante da dor que consternou o Brasil inteiro.
Desculpe-me, ‘presidente’, mas suas lágrimas apenas maculam a honestidade e integridade do povo brasileiro, um povo sofrido que vem sendo enganado, espoliado, achacado e roubado há anos. E é por esse povo que eu me permito dizer: Presidente, vá se foder!

CARTA ABERTA AO LULA


Carta de Gilberto Geraldo Garbi para Lula.
Gilberto Geraldo Garbi foi um dos alunos classificados a seu tempo como UM DOS MELHORES ALUNOS DE MATEMÁTICA que já haviam adentrado o ITA, entre outras honrarias que recebeu daquela instituição. Depois de graduado, desenvolveu carreira na TELEPAR, onde chegou a Diretor Técnico e Diretor Presidente, sendo depois Presidente da TELEBRAS.

 A CAMINHO DOS 99,9999995%  ( Gilberto Geraldo Garbi )
 Há poucos dias, a imprensa anunciou amplamente que, segundo as últimas pesquisas de opinião, Lula bateu de novo seus recordes anteriores de popularidade e chegou a 84% de avaliação positiva. É, realmente, algo "nunca antes visto nesse país" e eu fiquei me perguntando o que poderemos esperar das próximas consultas populares.
 Lembro-me de que quando Lula chegou aos 70% achei que ele jamais bateria Hitler, a quem, em seu auge, a cultíssima Alemanha chegara a conceder 82% de aprovação. 
Mas eu estava enganado: nosso operário-presidente já deixou para trás o psicopata de bigodinho e hoje só deve estar perdendo para Fidel Castro e para aquele tiranete caricato da Coreia do Norte, cujo nome jamais me interessei em guardar. Mas Lula tem uma vantagem sobre os dois ditadores: aqui as pesquisas refletem verdadeiramente o que o povo pensa, enquanto em Cuba e na Coreia do Norte as pesquisas de opinião lembram o que se dizia dos plebiscitos portugueses durante a ditadura lusitana: SIM, Salazar fica; NÃO, Salazar não sai; brancos e nulos sendo contados a favor do governo...(Quem nunca ouviu falar em Salazar, por favor, pergunte a um parente com mais de 60).
 Portanto, a popularidade de Lula ainda "tem espaço" para crescer, para empregar essa expressão surrada e pedante, mas adorada pelos economistas. E faltam apenas cerca de 16% para que Lula possa, com suas habituais presunção e imodéstia, anunciar ao mundo que obteve a unanimidade dos brasileiros em torno de seu nome, superando até Jesus Cristo ou outras celebridades menores que jamais conseguiram livrar-se de alguma oposição...
 Sim, faltam apenas 16% mas eu tenho uma péssima notícia a dar a seu hipertrofiado ego: pode tirar o cavalinho da chuva, cumpanhero, porque de 99,9999995% você não passa.
 Como você não é muito chegado em Aritmética, exceto nos cálculos rudimentares dos percentuais sobre os orçamentos dos ministérios que você entrega aos partidos que constituem sua base de sustentação no Congresso, explico melhor: o Brasil tem 200.000.000 de habitantes, um dos quais sou eu. Represento, portanto, 1 em 200.000.000, ou seja, 0,0000005% enquanto os demais brasileiros totalizam os restantes 99,9999995%. Esses, talvez, você possa conquistar, em todo ou em parte. Mas meus humildes 0,0000005% você jamais terá porque não há força neste ou em outros mundos, nem todo o dinheiro com que você tem comprado votos e apoios nos aterros sanitários da política brasileira, não há, repito, força capaz de mudar minha convicção de que você foi o pior dentre todos os presidentes que tive a infelicidade de ver comandando o Brasil em meus 65 anos de vida. 
E minha convicção fundamenta-se em um fato simples: desde minha adolescência, quando comecei a me dar conta das desgraças brasileiras e a identificar suas causas, convenci-me de que na raiz de tudo está a mentalidade dominante no Brasil, essa mentalidade dos que valorizam a esperteza e o sucesso a qualquer custo; dos que detestam o trabalho e o estudo; dos que buscam o acesso ao patrimônio público para proveito pessoal; dos que almejam os cabides de emprego, as sinecuras e os cargos fantasmas; dos que criam infindáveis dinastias nepotistas nos órgãos públicos; dos que desprezam a justiça desde que a injustiça lhes seja vantajosa; dos que só reclamam dos privilégios por não estar incluídos entre os privilegiados; dos que enriquecem através dos negócios sujos com o Estado; dos que vendem seus votos por uma camiseta, um sanduíche ou, como agora, uma bolsa família; dos que são de tal forma ignorantes e alienados que se deixam iludir pelas prostitutas da política e beijam-lhes as mãos por receber de volta algumas migalhas do muito que lhes vem sendo roubado desde as origens dos tempos; dos que são incapazes de discernir, comover-se e indignar-se diante de infâmias. 
Antes e depois de mim, muitos outros brasileiros, incomparavelmente melhores e mais lúcidos, chegaram à mesma conclusão e, embora sejamos minoria, sinto-me feliz e honrado por estar ao lado de Rui Barbosa. Já ouviu falar nele? Como você nunca lê, eu quase iria sugerir-lhe que pedisse a algum de seus incontáveis assessores que lhe falasse alguma coisa sobre a Oração aos Moços... Mas, esqueça... Se você souber o que ele, em 1922, disse de políticos como você e dos que fazem parte de sua base de sustentação, terá azia até o final da vida.
 Pense a maioria o que quiser, diga a maioria o que disser, não mudarei minha convicção de que este País só deixará de ser o que é - uma terra onde as riquezas produzidas pelo suor da parte honesta e trabalhadora é saqueada pelos parasitas do Estado e pelos ladrões privados eternamente impunes - quando a mentalidade da população e de seus representantes for profundamente mudada.  Mudada pela educação, pela perseverança, pela punição aos maus, pela recompensa aos bons, pelo exemplo dos governantes
 E você Lula, teve uma oportunidade única de dar início à mudança dessa mentalidade, embalado que estava com uma vitória popular que poderia fazer com que o Congresso se curvasse diante de sua autoridade moral,se você a tivesse.
  Você teve a oportunidade de tornar-se nossa tão esperada âncora moral, esta sim, nunca antes vista nesse País. 
 Mas não, você preferiu o caminho mais fácil e batido das práticas populistas e coronelistas de sempre, da compra de tudo e de todos.
  Infelizmente para o Brasil, mas felizmente para os objetivos pessoais seus e de seu grupo, você estava certo: para que se esforçar, escorado apenas em princípios de decência, se muito mais rápido e eficiente é comprar o que for necessário, nessa terra onde quase tudo está à venda?  Eu não o considero inteligente, no nobre sentido da palavra, porque uma pessoa verdadeiramente inteligente, depois de chegar aonde você chegou, partindo de onde você partiu, não chafurdaria nesse lamaçal em que você e sua malta alegremente surfam, nem se entregaria a seu permanente êxtase de vaidade e autoidolatria. 
 Mas reconheço em você uma esperteza excepcional:   nunca antes nesse País um presidente explorou tão bem, em proveito próprio e de seu bando, as piores qualidades da massa brasileira e de seus representantes
 Esse é seu legado maior, e de longa duração: o de haver escancarado a lúgubre realidade de que o Brasil continua o mesmo que Darwinencontrou quando passou por essas plagas em 1832 e anotou em seu diário: "Aqui todos são subornáveis".
  Você destruiu as ilusões de quem achava que havíamos evoluído em nossa mentalidade e matou as esperanças dos que ainda acreditavam poder ver um Brasil decente antes de morrer.
 Você não inventou a corrupção brasileira, mas fez dela um maquiavélico instrumento de poder, tornando-ageneralizada e fazendo-a permear até os últimos níveis da Administração. 
 O Brasil, sob você, vive um quadro que em medicina se chamaria de septicemia corruptiva. 
 Peça ao Marco Aurélio para lhe explicar o que é isso. 
 Você é o sonho de consumo da banda podre desse País, o exemplo que os funcionários corruptos do Brasil sempre esperaram para poder dar, sem temores, plena vazão a seus instintos.
  Você faz da mentira e da demagogia seu principal veículo de comunicação com a massa. 
 A propósito, o que é que você sente, todos os dias, ao olhar-se no espelho e lembrar-se do que diz nos palanques?
  Você sente orgulho em subestimar a inteligência da maioria e ver que vale a pena?
  Você mentiu quando disse haver recebido como herança maldita a política econômica de seu antecessor, a mesma política que você manteve integralmente e que fez a economia brasileira prosperar.
 Você mentiu ao dizer que não sabia do Mensalão
 Mentiu quando disse que seu filho enriqueceu através do trabalho
 Mentiu sobre os milhões que a Ong 13, de sua filha, recebeu sem prestar contas Mentiu ao afastar Dirceu, Palocci, Gushiken e outros cumpanheros pegos em flagrante
 Mente quando, para cada platéia, fala coisas diferentes, escolhidas sob medida para agradá-las
 Mentiu, mente e mentirá em qualquer situação que lhe convenha.
 Por falar em Ongs, você comprou a esquerda festiva, aquela que odeia o trabalho e vive do trabalho de outros, dando-lhe bilhões de reais através de Ongs que nada fazem, a não ser refestelar-se em dinheiro público, viajar, acampar, discursar contra os exploradores do povo e desperdiçar os recursos que tanta falta fazem aos hospitais.
 Você não moveu uma palha, em seis anos de presidência, para modificar as leis odiosas que protegem criminosos de todos os tipos neste País sedento de Justiça e encharcado pelas lágrimas dos familiares de tantas vítimas. 
 Jamais sua base no Congresso preocupou-se em fechar ao menos as mais gritantes brechas legais pelas quais os criminosos endinheirados conseguem sempre permanecer impunes, rindo-se de todos nós. 
 Ao contrário, o Supremo, onde você tem grande influência, por haver indicado um bom número de Ministros, acaba de julgar que mesmo os condenados em segunda instância podem permanecer em liberdade, até que todas as apelações, recursos e embargos sejam julgados, o que, no Brasil, leva décadas.
  Isso significa, em poucas palavras, que os criminosos com dinheiro suficiente para pagar os famosos e caros criminalistas brasileiros podem dormir sossegados, porque jamais irão para a cadeia.
  Estivesse o Supremo julgando algo que interessasse a seu grupo ou a suas inclinações ideológicas, certamente você teria se empenhado de corpo e alma.
  Aliás, Lula, você nunca teve ideais, apenas ambições. 
 Você jamais foi inspirado por qualquer anseio de Justiça. Todas as suas ações, ao longo da vida, foram motivadas por rancores, invejas, sede pessoal de poder e irrefreável necessidade de ser adorado e ter seu ego adulado. 
Seu desprezo por aquilo que as pessoas honradas consideram Justiça manifesta-se o tempo todo: quando você celeremente despachou para Cuba alguns pobres desertores que aqui buscavam a liberdade; quando você deu asilo a assassinos terroristas da esquerda radical; quando você se aliou à escória do Congresso, aquela mesma contra quem você vociferava no passado; quando concedeu aumentos nababescos a categorias de funcionários públicos já regiamente pagos, às custas dos impostos arrancados do couro de quem trabalha arduamente e ganha pouco; quando você aumentou abusivamente as despesas de custeio, sabendo que pouquíssimo da arrecadação sobraria para os investimentos de que tanto carece a população; quando você despreza o mérito e privilegia o compadrio e o populismo; e vai por aí.... Justiça, ora a Justiça, é o que você pensa... 
 Você tem dividido a nação, jogando regiões contra regiões, classes contra classes e raças contra raças, para tirar proveito das desavenças que fomenta. 
 Aliás, se você estivesse realmente interessado, como deveria, em dar aos pobres, negros e outros excluídos as mesmas oportunidades que têm os filhos dos ricos, teria se empenhado a fundo na melhoria da saúde e do ensino públicos. 
 Mas você, no íntimo, despreza o ensino, a educação e a cultura, porque conseguiu tudo o que queria, mesmo sendo inculto e vulgar. Além disso, melhorar a educação toma um tempo enorme e dá muito trabalho, não é mesmo? 
 E se há coisa que você e o Partido dos Trabalhadores definitivamente detestam é o trabalho: então, muito mais fácil é o atalho das cotas, mesmo que elas criem hostilidades entres as cores, que seus critérios sejam burlados o tempo todo e que filhos de negros milionários possam valer-se delas.
 A Imprensa faz-lhe pouca oposição porque você a calou, manipulando as verbas publicitárias, pressionando-a economicamente e perseguindo jornalistas. 
 O que houve entre o BNDES e as redes de televisão? 
 O que você mandou fazer a Arnaldo Jabor, a Boris Casoy, a Salete Lemos? 
 Essa técnica de comprar ou perseguir é muito eficaz. Pablo Escobar usou-a com muito sucesso na Colômbia, quando dava a seus eventuais opositores as opções: "O plata, o plomo". Peça ao Marco Aurélio para traduzir. Ele fala bem o Espanhol.
 Você pode desdenhar tudo aquilo que aqui foi dito, como desdenha a todos que não o bajulem. 
 Afinal, se você não é o maior estadista do planeta, se seu governo não é maravilhoso, como explicar tamanha popularidade? 
 É fácil: políticos, sindicatos, imprensa, ONGs, movimentos sociais, funcionários públicos, miseráveis, você comprou com dinheiro, bolsas, cotas, cargos e medidas demagógicas. 
 Muita gente que trabalha, mas desconhece o que se passa nas entranhas de seu governo, satisfez-se com o pouco mais de dinheiro que passou a ganhar, em consequência do modesto crescimento econômico que foi plantado anteriormente, mas que caiu em seu colo
 Tudo, então, pode se resumir ao dinheiro e grande parte da população parece estar disposta a ignorar os princípios da honradez e da honestidade e a relevar as mentiras, a corrupção, os desperdícios, os abusos e as injustiças que marcam seu governo em troca do prato de lentilhas da melhoria econômica.
 É esse, em síntese, o triste retrato do Brasil de hoje... E, como se diz na França, "l´argent n´est tout que dans les siècles où les hommes ne sont rien". 
 Você não entendeu, não é mesmo? Então pergunte à Marta Suplicy. Ela adora Paris e há um bom tempo estamos sustentando seu gigolô franco-argentino...
 Gilberto Geraldo Garbi 

                   = POESIA =

            QUIXERAMOBIM

Nasci de uma fazenda 
Santo Antonio do Boqueirão, 
de Antonio Dias Ferreira 
que no centro do sertão, 
erigiu uma capela e hoje, 
esta cidade bela 
é importante na Nação.

Sempre fui abençoada 
com vasto e fértil sertão. 
Tenho clima favorável 
pra cultura do algodão, 
sou mãe de família nobre, 
preta, branca, rica, pobre, 
sem a menor distinção.

Sou terra de Santo Antonio, 
sou próspera, rica, fiel, 
criei centenas de escravos, 
capachos de coronel, 
prosperei, criei fronteiras, 
saí de uma algibeira, 
hoje, limito-me ao Céu.

Exporto as mentes sadias 
dos filhos que eu gerei, 
exporto a nobre cultura 
que sempre aqui semeei. 
Exporto a paz e a verdade, 
exporto a serenidade, 
o amor proliferei.

Sou a Quixeramobim, 
terra do bravo vaqueiro, 
do curral cheio de gado, 
do belo e gordo carneiro, 
de Santo Antonio de Pádua, 
guardião e padroeiro, 
do agricultor suado 
que trabalha o ano inteiro, 
da próspera e bela fazenda, 
do opulento fazendeiro, 
do bancário, do doutor, 
do poeta violeiro, 
do vendedor de café, 
do lojista, do padeiro, 
do contador de história, 
do pinguço cachaceiro, 
sou esta bela cidade, 
no âmago, guardo a verdade 
e possuo um povo ordeiro.

Sou a Quixeramobim 
do sucesso e do fracasso, 
da opulência do inverno, 
do tempo seco e escasso, 
sou a cidade menina 
feita com amor e mimo 
da liga dura do aço, 
do coração da mocinha 
que sonha com um enlaço, 
do ancião amparado, 
do jovem sem embaraço. 
do gado que em plena seca 
come resíduo e melaço. 
Minhas terras divididas, 
a cada um, um pedaço. 
Estou sempre ao teu dispor, 
nunca demonstro cansaço, 
se estás desamparado, 
meigamente eu te abraço, 
te protejo como posso, 
dize o que queres, pois faço!
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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

           Sou sertanejo, doutor.

Eu sou filho do sertão,
sertão da roça e do arado,
do engenho puxado a boi,
de seca e de chão molhado,
seca que é um inferno,
mas abençoado inverno,
sertão de leite e de gado.

Milho quebrado em pilão,
pipoca feita em panela,
cuscuz de milho maduro,
leite mugido em tigela,
sertão de terra e de vida,
da mocinha inibida,
debruçada na janela.

Sertão de homem honesto,
de cabra trabalhador,
acostumado às agruras,
submisso ao seu senhor,
mão calosa do machado,
prático em derruba de gado,
persistente agricultor.

Sertão de veredas longas,
açudes feitos de terra,
fazendas de muitos acres,
onde a natureza encerra,
a preservação da sorte,
sertão que frustra a morte
onde a mata cobre a serra.

Sertão do canário solto,
onde canta a avoante,
sertão da hora solar,
cigarra em pio cortante,
sertão do belo trovão
que ecoa na vastidão,
cortando seus horizontes.

Sertão da caçada fácil,
do cachorro caçador,
do gado preso em curral,
do animal saltador.
Sertão que tem curandeiro,
que abriga o heróico vaqueiro
nas terras do seu dotô.

Sertão que pela manhã,
desperta com os trinados,
pássaros livres sobre as árvores,
que sobrevoam telhados.
Sertão da boa galinha,
da gostosa canjiquinha,
sertão do leite coalhado. 

Sertão que tem café forte,
adoçado com rapadura,
que reanima o homem
que vai para a agricultura.
Sertão do chapéu de couro,
da moça, cheia de adorno,
porem meiga, simples, pura.

Sertão que tem as cacimbas
para a água de beber,
do orvalho respingado,
de um belo amanhecer,
do belo galo campina,
da ovelha solta em ravina,
do grão que está pra nascer.

Sertão que tem em seu seio,
o heróico nordestino,
que se acostuma a sofrer
e não cai em desatino,
pois seca ninguém esquece,
mas matuto não esmorece,
pois tem fé no Ser Divino.

Sertão dos subnutridos,
de gente que passa mal,
que quando é tempo de seca,
nada tem em seu bornal,
mas a fé o glorifica,
que mesmo com seca, fica,
não sai do torrão natal.

Sertão do homem tão pobre,
que mesmo sem ter um vintém,
não sabe negar uma e esmola,
reparte o pouco que tem
e em tempo de fartura,
do ovo à rapadura,
mande buscar, porque vem.

Sertão que em tempo de inverno,
quando chove em todo canto,
tudo ali fica florido
só há riso, não há pranto,
sertanejo ri à toa,
todo ele é gente boa,
comprovo, assino e garanto.

Sertão do feijão maduro,
da vazante no riacho,
da espiga de milho verde,
da bananeira de cacho,
vou contar de onde vim,
meu sertão não é ruim,
sou de Quixeramobim,
lugar de caboclo macho!

alkasar@ig.com.br

quarta-feira, 16 de novembro de 2011


                                 - POESIA -

      MINHA TERRA!    


Minha terra tem o marco
que é o centro do Ceará.
A maior ponte de ferro
e o trem não passa mais lá.
Te afirmo e te falo sério
a cúpula do cemitério,
redonda, só existe lá.

Quixeramobim é folclore,
é romance, é tradição,
terra de Antonio Conselheiro,
de Jorge e Marum Simão,
de Alfredo e Antonio Machado,
também professor Osvaldo,
orgulhos do meu torrão.

Esta terra abençoada
é berço de Fausto Nilo,
de Maçã e de Leorne,
do ex-prefeito Cirilo,
Valmir e Irene Cardoso,
nosso povo é valoroso,
demonstra garra e estilo.

Ilustres se destacaram
de maneira magistral,
dona Aldamira Fernandes,
prefeita tão genial.
em pioneirismo do bom,
também teve o Fenelon
com a Difusora Cristal.

Quixeramobim é um selo,
é ferro em brasa na gente,
faz cada um de seus filhos,
dela ficar dependente.
Sair, viajar, ir embora,
é certeza a qualquer hora,
chegar exausto e carente.

E quando aqui retornamos
de uma ausência prolongada,
de longe ao vermos a torre
de nossa matriz amada,
ribomba o coração,
suamos, sobe a pressão,
compensa toda a jornada.

Aqui nós nos despojamos,
do estresse, do cansaço,
da aflição do dia a dia,
da obrigação, do embaraço,
tudo aqui é maravilha,
temos amigos, família,
o aconchego e o abraço.

Me disse o José de Melo
ali no Miguel Balbino,
que no Hospital Pontes Neto,
quando a mulher tem menino,
agora veja você
- recebe alta pra descer,
não é mesmo um desatino?

Em outra contradição
nesta terra fascinante,
imaginem que o CÃO,
profissional do volante,
é o motorista do padre,
julgar eu sei, não me cabe,
mas é muito interessante.

O açude cheio d'água
tem o nome de fogareiro.
O povo da minha terra
é alegre e hospitaleiro
tenho uma enorme vontade
de voltar à minha cidade
pra ser feliz por inteiro.

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                       POESIA

    QUIXERAMOBIM

Quisera ser bom poeta
Um repentista de fato,
Inda que de bom  relato,
Xácara é narrativa certa.

Então, já bem persistente
Rebuscando o improvável
A ti retorno, é louvável,
Me deixa mais consciente.

Ontem vivia assim,
Bem na margem do teu rio
Inúbil, me deste brio,
Minha Quixeramobim.

Quando de ti me afastei
Uma lágrima deixei
Em solo que tanto amei.

Saudade é palavra certa
A me perseguir no mundo
Ufanando-me em profundo
Divulgador da verdade.
Ah! Que martírio é a ausência
Da lembrança à coerência
Em amar minha cidade.


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terça-feira, 15 de novembro de 2011

- ARTIGO -
COMO FAZER UMA PIZZA

O Congresso Nacional Brasileiro funciona desde sua composição, através de fatores determinantes: uma insatisfação, por exemplo.

Por ora, tudo vai ficar muito calmo, todo mundo rasgando seda, afinal de contas se encontra em jogo nada mais nada menos que R$ 2.000.000.000,00 ( Dois Bilhões de Reais ), imagine se isso não é motivo suficiente para acalmar até um mafioso italiano ou chinês.

Agora, a presidenta vai ter que cumprir com o que falou e saber dividir, porque basta que meia dúzia de oposicionistas se sinta lesado, ou seja, o dinheiro prometido não cai na conta, que tem início uma caça desesperada por assinaturas, adesões, conchavos, favores, para ser criada uma CPI.
Ora, uma CPI nada mais é do que pegar a pizza dividi-la entre todos os insatisfeitos, por isso é que se chama CPI, que quer dizer: Conjunção de Parlamentares Insaciáveis.
Estes senhores criaram a moda da CPI, um troço tão lucrativo que ninguém quer perder a oportunidade de participar. Na hora da divisão que no teatro chamamos de bastidores, governo e oposição ficam unidos numa só determinante: qualitativa e quantitativamente, fatias iguais da enorme CPI ou PIZZA.
E fica o povo brasileiro, perdendo sono, assistindo a algum desastre televisivo, uma catástrofe da natureza, que pode ser uma enchente, uma queimada na Amazônia, um ciclone, um maremoto, um vulcão ou ainda, favelas sendo dizimadas pelo fogo, novelas infindas, intermináveis e sucessivas, sem que ninguém consiga imaginar o que está se passando no Congresso Nacional durante a madrugada fria pelo termômetro, mas quente pelas discussões acaloradas sobre a partilha da bela pizza.
No auge da discórdia sobre a melhor maneira de se fatiar o bolo, vale o discurso decoreba, premeditado e demagógico, insultos pactuados, onde nossos atores congressistas usam por vezes palavras insinuosas, humilham os bodes expiatórios que são trazidos na marra por ordem judicial para depor no ato cênico. Ou é ato cínico?
Você que é um simples eleitor, já imaginou quantas CPI`s já foram criadas neste país?
Qual delas trouxe de volta as cifras desviadas?
É interessante, mas não lembro de nenhuma. Por certo estou esclerosado ou com amnésia.
Pensando bem, os grandes roubos feitos por esse pessoal do colarinho branco, verdadeiros bandidos, que surrupiam a Nação, quem teve bens patrimoniais ou dinheiro levados e ganhos assim no maior descaramento, devolvidos aos cofres públicos?
Por exemplo: os desvios para paraísos fiscais do dinheiro do povo brasileiro, que eram para obras públicas que o Maluf mandou depositar no exterior, já foram recuperados, foi água ou foi dinheiro “ ispraiado” demais?
A Jorgina do INSS já devolveu o dinheiro roubado? O Pitta morreu, devolveu ou levou no caixão? Os anões do Orçamento devolveram?
O Sergio Naya, outro crápula que construía prédios com areia da praia, também morreu, graças a Deus e os apartamentos do pessoal, cadê?
As empreiteiras que começam obras e abandonam na metade, no meio do mato e do nada, pois muitas são faraônicas, logicamente depois de receberem pagamento das licitações duvidosas, alguma já devolveu?
O pessoal do mensalão (era gente demais não era?) qual deles devolveu o que levou? E por falar nisso, dá nojo falar, mas não ofende perguntar: - O Delúbio já voltou ou ainda está ensaiando uma volta triunfal com trio elétrico, festa pomposa, aparato policial, rampa do planalto limpa, iluminada e com uma baita recepção de asseclas?
O tal de Daniel Dantas aquele banqueiro que deixou muita gente na miséria, já recuperaram o dinheiro que ele roubou? Sim, e o juiz Lalau já devolveu o que roubou da verba do prédio do TRT?
Os bens e propriedades do Fernandinho Beira-Mar já foram leiloados e o dinheiro depositado para ser usado em construção de creche e escolas?
O castelo daquele deputado já foi vendido ou leiloado, já que pertence ao povo brasileiro?
O dinheiro que foi roubado do Banco Central em Fortaleza, já foi recuperado na íntegra?
E o dinheiro mostrado explicitamente por vários canais de televisão, com reza de agradecimento, dança no senado, dinheiro na meia, na cueca, na bolsa, nos bolsos, na mala, fica por isso mesmo ou alguém vai dar uma explicação ao povo?
E os desvios de verbas para uso próprio, compra de carros e propriedades, o TCU e o TCM vão atrás? Recuperam?
E as vacas do outro que estavam rendendo mais que ouro em Serra Pelada, abriram a porteira e as vacas sumiram com todas as notas fiscais ?
E o Sarney, dono do Maranhão, de todas as suas ilhas e dos meios de comunicação daquele Estado, comprou tudo com o salário de Senador ou ele é grileiro ou sem terra que vai invadindo e ninguém se importa?
É, parece que tudo vai ficando para depois, para juntar toda essa massa corrupta, deixar fermentar por muito tempo para quando resolverem (se resolverem) fazer uma CPI séria ( é até engraçado ), ter ingredientes suficientes para as fatias serem comumente distribuídas a todos que participarem da Comissão de Parlamentares Insaciáveis  – CPI,  ou simplesmente deixar o povão esquecer, o que na verdade é o que mais fazem, não é mesmo? O Brasil tem as pizzas mais saborosas que a Itália, só que lá, a pizza é pobre, é de massa mesmo, não é de cédulas de real.
E o povão, oh!

Só tomando, feliz da vida!
- ARTIGO -

LAMPIÃO
 

Já se vai um tempo muito distante em que Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, o Rei do Cangaço, era o terror do sertão, respeitado por seus homens, pelos coiteiros, pelos fazendeiros, bandos adversários e até pela polícia.
É lógico que eram outros tempos, as dificuldades eram enormes, uma vez que Lampião se infiltrava nas matas e caatingas, conhecedor que era dos cafundós, grotões e sovacos de serra, principalmente no nordeste brasileiro.
Que saudade de nossa polícia de antigamente!
Havia uma maneira certa de agir contra celerados e desordeiros, onde a captura de homens extremamente nocivos e perigosos, tinha o destino certo, a sepultura.
Ninguém era doido em pensar de pegar Lampião vivo, pois todo mundo sabia que ele só se entregaria realmente quando estivesse morto.
Como disse Antonio Silvino, antecessor de Lampião a respeito da captura do Rei do Cangaço: - “ não nasceu home  pra prender Lampião, pode ter nascido pra juntar os pedaços dele porque ele se esbagaça, mas não vai preso e não briga à toa pra esperdiçar munição”.
Lampião era revoltado e o acompanhava um bando de revoltosos, homens frios e cruéis, procurados pela polícia de vários estados, por crimes hediondos, homicidas inescrupulosos.
Usavam tática de guerrilha avançada para seu tempo, manobras inesperadas e emboscadas minuciosamente estudadas para obter sucesso sempre.
Como falavam abertamente: não podiam perder o bote. Iam na certeza, de todos os lados, cercando, estrangulando, fechando o cerco, com todas as probabilidades a favor.
E realmente, não o pegaram vivo.
Pegaram-no quase dormindo, num tiroteio inesperado e sem chance de defesa.
Degolaram-no!
O Lampião se apagou, mas o vento levou a chama e a labareda voltou muito mais forte, disseminando tudo que vê pela frente nos dias atuais, onde em comparação lógica, os cangaceiros de antes, eram anjinhos ante os cangaceiros modernos.
O Fernandinho Beira-mar, o Marcola, o Juiz Lalau, o Delúbio Soares, a Jorgina, o Genuíno, o José Dirceu, o Severino, os grileiros da Amazônia, os fazendeiros que ainda escravizam, outra infinidade de políticos brasileiros com seus conchavos, sua pizzas e corrupções, os Marcos Valérios da vida, os seqüestradores, os matricidas, os parricidas, os Nardones e outros tantos mil que infestam nosso País, não podem ser considerados os Lampiões modernos?
Muito mais sedentos por sangue e dinheiro, não medem esforços dos mais trágicos e tétricos, profissionais carnificidas que fazem do crime uma verdadeira esbórnia ante uma população violentada em seu mínimo direito que é ter paz e tranqüilidade.
Os Lampiões de hoje, dado o uso de artimanha, tecnologia e má índole que trazem do berço, vitimam uma população desguarnecida de segurança e fragilidade pelo cabresto usual de promessas vãs desde os tempos de nosso descobrimento.
Estes famigerados Lampiões que se encontram presos, chefes de hordas de malfeitores, desdenham da polícia e da Lei e de dentro dos próprios presídios determinam a vida e a morte de cidadãos, mesmo os mais inofensivos, enlutando incessantemente as famílias em nosso país.
Por que a justiça e a Lei tiraram a autoridade policial? Pra quê?
Por que estes Lampiões da modernidade não podem pagar com a própria vida por seus descalabros afastando assim de uma vez por todas suas presenças nefastas?
Por que gastar dinheiro com transporte, alimentação e acomodação com crápulas que emanam ordens até para espostejar cidadãos de bem, como foi o caso de um repórter de uma emissora?
Por que eles podem determinar a vida e a morte e a Lei os guarda nas regalias dos presídios?
Pobre do Virgulino foi morto pelas costas e teve a cabeça cortada. Nasceu na época errada, quando havia perseguição e procurava-se vivo para que fosse morto.
Melhor seria ter nascido do meio do século passado pra cá, seria até idolatrado.