SUPERSTIÇÃO
( Al Kasar)
Todo mundo tem
manias,
cá comigo eu
tenho as minhas.
Isto é
hereditário,
manipulação
mesquinha,
vezes por
intuição,
mas tudo é
superstição
que segue na
mesma linha.
Descrente ou
acreditando,
religioso ou
ateu,
sendo homem ou
mulher,
muito alto ou
pigmeu
e em qualquer
região
só muda a
superstição
da maneira que
aprendeu.
De manhã ao
acordar,
não gosto de
pegar vento,
eu faço o sinal
da cruz
em gestos ainda
lentos.
Pode até ser um
defeito,
levanto com o pé
direito,
toda vida estou
atento.
Quando ando pela
rua,
procuro andar na
calçada,
seguro morreu de
velho,
se puder, não
dou mancada.
Pode um carro me
pegar,
mas não há jeito
de passar
por debaixo de
uma escada.
À vezes é uma
tolice
que eu findo
levando a sério,
me benzo em
frente de igreja,
em portão de
cemitério,
gato preto na
estrada
ou mesmo na
encruzilhada
para mim é
um despautério.
Eu não freqüento
macumba,
mas respeito o
macumbeiro,
negócio de
bruxaria
ou alguém
catimbozeiro,
aceito, mas não
me logra,
praga rogada por
sogra
só sai com água
de cheiro.
Bruxaria, mau
olhado,
dente de alho,
patuá,
sal grosso
dentro de casa,
galinha preta,
alguidar,
velas de todas
as cores,
tragicômicas,
horrores,
são coisas de
arrepiar.
Prefiro não
comer carne
Sexta Feira da
Paixão.
Banho depois do
café
é certo dar
congestão.
Rasga mortalha
piando,
chame o padre
pra ir dando
ao doente, a
Extrema Unção.
Certas coisas
dão temor,
provocam até
desgosto,
uma sexta feira
treze
em pleno mês de
agosto
e se a lua for
cheia,
nem precisa de
candeia,
ninguém sai, não
fica exposto.
Alguns têm seus
argumentos,
tentando se
proteger.
Galho de arruda
na orelha,
santinhos pra
lhe benzer.
O artista de
renome
tira até letra
do nome
pra mais sorte
lhe trazer.
No sertão ainda
é comum
e todos acham
natural,
quando uma
criança nasce,
o pai em gesto
normal,
alegre, leva
consigo
e enterra logo o
umbigo
na porteira do
curral.
A vassoura atrás
da porta
faz a visita
sair.
Sonhar com água
barrenta,
a doença está
por vir.
Se o espelho se
quebra
a pessoa observa
sete anos sem
progredir.
Se em dezenove
de março
que é dia de São
José,
cair uma boa
chuva,
o agricultor
bota fé.
Se em dezembro,
no Natal,
a barra formar
legal
é tudo o que ele
quer.
Tem gente que
faz promessa
e em tempo de
fogueira,
põe agulha na
bacia
e faca na
bananeira.
E as moçoilas
pra casar,
pegam cascas pra
guardar
lá do mastro da
bandeira.
Muita gente usa
branco
para passagem do
ano.
Pensa em ganhar
um presente
com a palma da
mão coçando
ou se acha
perseguido
assim que sente
o prurido
com a orelha
esquentando.
Ler horóscopo
todo dia,
também espetar
boneco,
costurar boca de
sapo,
beber pra ficar
esperto,
jogar um gole
pra o santo,
no balcão, ali
no canto,
muito normal em
boteco.
Donzela se quer
casar,
pega logo o
Santo Antonio,
bota de ponta
cabeça,
faz o maior
pandemônio.
Tem moça que até
delira
e o santo ela só
desvira
se arranjar
matrimônio.
Um alguidar no
cruzamento
com cachaça,
frango e vela
isso é ebó de
macumba
com fetiche na
panela
e a farofa de
dendê,
é trabalho que
vão fazer,
pra uns é a
maior mazela.
Sonhar com gado
é saúde,
vestir avesso é
surpresa,
abotoar errado é
briga,
sonhar com
chifre é tristeza.
Sonhar casando é
morte,
com noiva é
falta de sorte,
com caixão é
avareza.
Temem por ouvir
falar
como fosse
assombração.
Desde os tempos
dos avós
seguem a mesma
tradição.
De tanto disse
me disse,
tudo isso é
crendice
que aumenta a
superstição.
Mesmo assim eu
fico esperto
Prefiro não
arriscar.
Vai que o
negócio é sério
na dúvida, vou
lhe falar:
seguro morreu de
velho,
por isso dou um
conselho,
é bom nunca
duvidar!
FORTALEZA
Minha cidade
querida,
bela praia de
Iracema,
enaltecida em
versos,
poesias e
poemas.
Fortaleza tão
faceira
sua Praça do
Ferreira
do lazer e da
boêmia.
Já estivestes no
auge
com o charque e
o algodão,
um século atrás
tu já eras
a sétima em
população.
Nosso orgulho em
teu coorte,
ainda ostentas o
Forte
Nossa Senhora de
Assunção.
Em 1.799,
de Pernambuco
desmembrada,
Fortaleza é a
Capital,
imponente,
agraciada,
teu nome a todos
faz jus,
tu és a Terra da
Luz
de praias
abençoadas.
Nos idos de
1.800,
ergue-se o
primeiro mercado,
o primeiro
chafariz,
o algodão é
destacado.
Teu teatro com
certeza
recebe até a
realeza,
pra expandir teu
nome amado.
Progrediste,
foste em frente,
comercio em
efervescência,
saem os bondes
do trilho
e os ônibus, por
excelência
adentram a
periferia
e junto com a
ferrovia,
transportam tua
independência.
Hoje o orgulho
nos cobre
és a bela
capital.
Teu turismo é
inegável,
praia, hotel,
hospital,
estádio,
universidade,
shopping por
toda a cidade,
boate, cinema,
sarau.
Tens um mercado
modelo,
artesanato
criativo,
cursos de todas
as línguas,
povo forte,
combativo.
Que bela é a tua
grandeza,
minha linda
Fortaleza,
sinto-me até
emotivo.
Tu exportas para
o mundo
humoristas e
cantores,
presidentes da
Nação,
engenheiros e
doutores.
Os mais variados
artistas,
por isto somos
otimistas,
capital de sol e
cores.
Fortaleza é
movimento
e atrações não
vão faltar.
Repentistas,
emboladores
lá na José de
Alencar
fora a imponente
estrutura
que aflora em
nossa cultura
no complexo
Dragão do Mar.
Al Kasar
Agosto/2010
Olá, meu amigo! Gostei do seu trabalho, a música antiga jamais morrerá. Estou seguindo seu blog, eu trabalho com negócios online, mas sou apaixonado por música antiga de todos os tempos.
ResponderExcluirVisite meu blog "Brasil Solidario" também é um blog de música antiga. Um abraço, José Torres - Paranavaí PR.