Túnel do Tempo

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


O CELULAR EM AÇÃO

E o estopim está ali, aceso, com a chama semi-encoberta para que a sociedade não tome conhecimento. Aliás, são muitos os estopins, ramificados e espalhados em várias direções.
É um estopim silencioso, mas mortal, depredador que quando gera a explosão, vem com ódio, com violência, não respeita nada nem ninguém, apavora cidades, cidadãos e a própria Segurança Nacional.
É o estopim da morte, da depredação, do vandalismo, do crime organizado, das facções criminosas e que atende pelo nome de celular.
Fico a imaginar como somos vulneráveis em inúmeros parágrafos, artigos, alíneas e emendas sobrepostas à Constituição que rege este País, como de nossos políticos que hibernam em seus mandatos e nossas autoridades que pela incompetência, permitem que criminosos se arvorem de juízes e selem a sorte ou a má sorte de maneira aleatória, em ordens emanadas por mentecaptos, outros tantos igualitários em sua maneira criminosa de viver, para que sejam ceifadas vidas de pessoas pacatas, honestos trabalhadores, cidadãos que simplesmente se encontram na hora errada e no lugar errado quando do ápice das manifestações cruéis destes sanguinários.
Tudo isto se deve, no entanto ao comodismo e às Leis brasileiras que são brandas demais para com os marginais, com inúmeras brechas de salvo-conduto evocadas por advogados astutos, além do sistema carcerário que sem sombra de dúvidas está muito aquém do que é implantado em países desenvolvidos.
Tantas tolices, modas, gírias, frases, músicas, enlatados e tantas outras coisas sem nexo são importadas dos Estados Unidos, porque não tomamos como exemplo e modelo os presídios e cadeias de lá, onde presos são foras da lei, andam algemados nos tornozelos e nas mãos, não possuem direito a um celular, a um orelhão e não ficam ociosos, pois são forçados a trabalhar para seu próprio sustento, isolados em celas, sem visitas íntimas, conversam com advogados por trás de grossos alambrados e por interfone, sem benefício de indulto natalino, ano novo ou outro qualquer.
Aí sim, como fazer rebelião? Como comandar os facínoras que estão em liberdade? Como receber drogas e armamentos? Como ordenar mortes, depredação do patrimônio público, queima de transportes coletivos e de arquivos humanos?
Isto é resultado do acúmulo de regras quebradas ao longo do tempo, quando deixamos de lado a ética para abraçarmos o “jeitinho brasileiro”, mostrando ao mundo que no Brasil a justiça é cega, a balança desregulada e a espada sem fio, principalmente quando se trata de falcatruas de gente que pela força ou posição social massacra os menos favorecidos e fica impune numa crescente afronta a um povo humilde e acostumado a assistir das arquibancadas a todos os shows, pizzas e circos costumeiramente expostos em detrimento dos interesses da população.
Por estas e outras é que assistimos estarrecidos pela televisão a um Marcos Valério extrapolando todos os limites da conduta com seu valerioduto numa rede intrínseca de corrupção no Parlamento Brasileiro, onde políticos são os principais fregueses da triste comédia, abastecendo suas burras para as campanhas políticas tão sujas quanto toda a quadrilha.
No meio deste turbilhão de denúncias, falcatruas, roubos, propinas, compra de votos, encontram-se não para surpresa, mas para contestação, um Delúbio Soares, um José Dirceu, um José Genuíno, que enojam pela presença asquerosa, arrogância, cinismo e mentiras descabidas, numa afronta generalizada ao povo brasileiro, como se esta Nação fosse o picadeiro de um circo e nós cidadãos honestos, fôssemos os palhaços.   
Nossa polícia passou a viver escondida uma vez que de caçador virou caça predileta de bandidos. O policial sai de casa ou retorna do trabalho à paisana, pois pelo menor vestígio ou identificação de que é tira, corre o risco de ser eliminado sumariamente nas mãos dos criminosos.
Realmente os valores foram invertidos.
Não faz muito tempo, as pessoas tinham vergonha na cara, medo de serem presas, procuravam andar corretamente dentro da lei, da moral e dos bons costumes. Hoje a prisão é tão banalizada que até juízes, veja só, magistrados, fazem questão de levantar as algemas para a câmera de televisão como se fossem troféus.
Mudam-se os nomes, mas não adianta modernizar, as Febens da vida. São provas incontestes do descontrole generalizado dos órgãos de repressão à violência, provando a falência múltipla dos estabelecimentos correcionais.
Os meninos, coitadinhos (diga-se delinqüentes), verdadeiros projetos de marginais, perigosíssimos, de instinto animalesco, terror da sociedade, responsáveis por crimes hediondos, como latrocínio, homicídios, tráfico de drogas, estupros, seqüestros, roubos, assaltos e tudo que é vil e degradante no ser humano, são protegidos por Lei e nem a face criminosa temos direito a ver para nos defendermos ao encontrá-los nas ruas.
A pobreza não é vergonha, não dá exclusão social, pois o indivíduo já nasce com sua própria índole, quer seja nascido em lastro de pobreza, quer seja nascido em berço de ouro, quando quer se marginalizar, fatalmente procurará se unir aos iguais no mundo do crime.
Milhares de famílias neste país tem apenas uma alimentação por dia, muitas comem alimento estragado, deteriorado, podre, achado nos lixões das grandes cidades ou nas Ceasas da vida e para tentar sobreviver dignamente, famílias inteiras catam material para reciclagem em carrinhos e carroças, sob sol, chuva e frio, mas com muita dignidade procuram se manter nos padrões sociais de um clã pelo suor do próprio rosto.
Aqui fora, nós cidadãos, temos em nossa rotina como companhia inseparável o medo, vivemos por trás de nossas grades e o terror da rua é o toque silencioso para que nos recolhamos mais cedo.
O povo brasileiro é composto em sua maioria de gente ordeira, acostumado a receber e cumprir ordens pela submissão que sempre foi imposta e ainda é muito natural o comumente sim senhor, desculpe, obrigado!
Fazemos parte dos excluídos pelos impostos que nos são cobrados (os maiores do mundo), o salário mínimo (o mais mínimo do mundo) que vergonhosamente é alardeado em notório sarcasmo pela diferença extrema que é visível se comparado ao salário líquido dos políticos.
Tudo que é maléfico neste país, só é extinto ou tomado providências enérgicas quando recai sobre políticos ou autoridades outras, do contrário, enquanto estiver rebentando apenas com o povão, vão empurrando com a barriga, deixando as pessoas entregues ao deus dará de governo a governo.
Mas vai que um psicopata destes que estão presos, Fernandinho Beira-Mar, Marcola e outros mentecaptos e psicopatas da vida ordene pelo celular que seja ceifada a vida de uma autoridade pra você ver se não se acabam os luxos dos aparelhos celulares nos presídios.
Duvido que não acabe, duvi-d-o-dó!
                                                                    Carlos Cardoso
                                                                                     Radialista/Escritor/Poeta

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